ATUALIZANDO: Simplicidade e despojamento não devem ser confundidos com desprezo pessoal e relaxamento.
ENTENDENDO No evangelho deste domingo Jesus envia os discípulos para a sua primeira viagem missionária. Não autoriza ninguém a ir sozinho, mas de dois em dois. Portanto, não quer nenhum herói solitário e nem favorece ao individualismo. Antes mesmo de falar do conteúdo da missão, Jesus dá orientações de ordem pessoal aos apóstolos. Ele conhece bem as vaidades humanas. Pede aos discípulos que levem somente o necessário e limita até a quantidade de pertences que deve levar na mochila. Orienta-os a visitar as famílias. Aliás, a visita domiciliar foi prioridade na missão de Jesus. Diz aos discípulos que se alguém recusar a visita, respeite a sua liberdade. Jesus não impõe, propõe. Aquele que recusa, no entanto, deve assumir as consequências do seu fechamento ao projeto divino. O conteúdo da missão é feito para atingir dois objetivos. O primeiro, levar a mensagem para que as pessoas mudem de vida aderindo à fé; e o segundo, expulsar as influências do mal, no corpo e mente das pessoas. Deixar a pessoa sadia, livre para construir a sua história e cidadania, faz parte do projeto de Deus executado por Jesus (Marcos 6,7-13).
SIMPLICIDADE E DESPOJAMENTO NÃO DEVEM SER CONFUNDIDOS COM DESPREZO PESSOAL E RELAXAMENTO A mensagem de hoje é para todas as pessoas que trabalham na evangelização sejam padres, bispos, freiras, pastores, catequistas, animadores de comunidade, ministros, agentes de pastoral e outros. Quem segue a Jesus não deve apenas pensar em si, mas viver também em função de outras pessoas; preocupar-se com os seus problemas e necessidades; levar os valores do evangelho e ser mensageiro da esperança. A pessoa de fé deve se policiar para evitar a tentação da fama e da projeção pessoal. Se ela vier em decorrência do seu trabalho e do dom que Deus lhe deu, isso não é mal, mas há o perigo da busca do sucesso visando o anúncio de si mesmo. Por outro lado, a simplicidade e despojamento que Jesus pede não podem ser interpretados como desprezo pessoal e relaxamento. Andar mal vestido, de aparência miserável e até passar necessidades básicas para assemelhar-se à simplicidade de Jesus é uma distorção ao que ele pede. Jesus era simples e pobre, mas não pregava a miséria; assemelhava-se aos pobres de forma natural, e os defendia por opção do Reino e não para chamar atenção ou forçar uma situação. A vida digna faz parte do projeto de Deus apresentado por Jesus.
Padre Rosivaldo
Facebook: Rosivaldo Motta CSSR