Vivemos os últimos dias do ano, e que ano! A cultura religiosa de tradição judaico-cristã na qual estamos inseridos vem nos lembrar mais uma vez do advento do Cristo, nos convocando para a nossa transformação moral e espiritual. Nessa época, nos tornamos mais receptivos às mensagens, às doações e às festas de confraternização. Contudo, também é comum nos questionarmos qual o sentido de viver ano após ano, se a vida é sempre uma
avalanche de acontecimentos e emoções que por vezes nos levam para longe da vida plena prometida por Jesus através dos evangelhos.
Os últimos anos da existência humana no planeta terra podem ser
considerados os mais prósperos e velozes no que dizem respeito aos desenvolvimentos das ciências. A tecnologia mudou para sempre a maneira de viver socialmente. A vida se tornou líquida, como explica Zygmunt Bauman e as redes sociais um verdadeiro tribunal de julgamentos vazios e sem legitimidade, confirmando assim a impermanência e a liquidez da época.
Apesar de todo o progresso cientifico que as ciências trouxeram melhorando os meios de produção e tornando a vida mais fácil, elas não foram capazes de nos mostrar o verdadeiro sentido do viver. Então como encontrar o sentido para a vida? Onde encontrar a tranquilidade da alma, tão buscada por filósofos e espiritualistas em meio ao caos social? Você já se perguntou qual é o sentido
dos seus dias?
Eis então uma grande oportunidade para buscarmos entender o vazio existencial que nos acomete ao buscarmos sentido para a nossa vida, muitas vezes sem motivação, sem alegria, monótona e sem sentido.
O neurologista e psiquiatra austríaco Viktor Frankl nos seus livros: “Sobre o Sentido da Vida” e em “Busca de sentido” e na sua própria jornada de vida, sobrevivente nos campos de concentração”, vem nos mostrar alguns caminhos.
O primeiro é nos lembrar que o sentido da vida é uma necessidade humana. Refere-se a consciência de buscarmos respostas para o que nos acontece. Outro ensinamento que ele nos traz é de que o sentido dela não deve ser egocêntrico. Precisamos nos dedicar a algo maior que nós mesmos! Felicidade e prazer não são motivos para existência, mas sim, efeitos colaterais. Outro conselho é: o amor por outra pessoa é uma das formas pelas quais o homem pode distanciar de si mesmo, até mesmo do sofrimento e realizar-se encontrando sentido pleno.
As pessoas devem estar se perguntando: mas Jesus já não disse tudo isso de uma forma mais simples a mais de dois mil anos? Mas a questão na verdade é: nós aprendemos?
Enfim, tais provocações tiveram como objetivo levar o leitor a refletir sobre o sentido da sua existência não só nesse ano que termina, mas sempre que necessário para que possamos prospectar uma vida mais livre, com escolhas responsáveis, lembrando do que Jesus nos ensinou e a doutrina dos espíritos
vem afirmar: que o verdadeiro sentido da vida é o progresso do espírito, esteja ele na condição de encarnado ou desencarnado. Nesta perspectiva, a vida sempre oferece um sentido, cabe a nós discernirmos qual o nosso. Feliz Natal a todos e um ano novo cheio de significados.
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