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10 dicas para não cair em ‘roubadas’ na hora de fazer um aluguel de temporada

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Auxiliar de cozinha descobriu que casa que negociou para o réveillon era abandonada, mas já tinha dado um sinal. Carteiro pagou 50% do valor e proprietário sumiu na hora de entregar a chave.

Alugar uma casa ou um apartamento para passar as férias e, ao chegar ao endereço, descobrir que a propriedade não existe, está em péssimas condições ou tem outra pessoa no lugar. Esse tipo de golpe é comum quando se vai alugar uma casa de modo completamente on-line.

A auxiliar de cozinha Kathleen Oigres passou por isso. Em 2018, ela usou o Marketplace do Facebook para encontrar um local para comemorar o fim do ano.

Na ocasião, o locador a encaminhou para uma suposta corretora e, apesar de Kathleen ter buscado pelo nome das pessoas na internet, não verificou se o estabelecimento estava cadastrado no Conselho Regional de Fiscalização do Profissional Corretor de Imóveis (Creci).

Foi então que o primeiro sinal de alerta apareceu. A transferência seria para a conta de uma terceira pessoa. Ao ser questionado, o locador informou que se tratava da esposa da dona da casa.

Kathleen também combinou com o locador de visitar a casa, que ficava na praia de Itanhaém (SP). Mas, para segurar a reserva, ele exigiu um valor de entrada.

Kathleen chegou a dar uma entrada para garantir a reserva da casa — Foto: Arquivo Pessoal

O trâmite seguiu até que a auxiliar de cozinha foi visitar a propriedade e encontrou, na realidade, uma casa abandonada. Depois disso, quando Kathleen tentou o contato com o locador, ele já não a atendia mais e nem respondia mensagens. Neste momento, ela decidiu pesquisar o nome da pessoa para quem transferiu o dinheiro e viu que existiam várias denúncias de aluguel falso relacionadas a ela.

Sem conseguir o dinheiro de volta, Kathleen começou a divulgar na rede social que o perfil estava dando golpes, até que o anúncio foi excluído, mas ela não conseguiu o seu dinheiro de volta.

g1 reuniu 10 dicas para fugir dessas “roubadas” e não passar pelo o que Kathleen sofreu.

1. Ponha tudo no papel

Não dá para confiar apenas na palavra do locador. É fundamental montar um contrato com tudo o que é oferecido detalhadamente: se tem piscina, quantos quartos, qual a proximidade com a praia. Além disso, é interessante anexar fotos ao contrato, para garantir exatamente em quais condições estão os ambientes, aconselha Laudimiro Cavalcanti, diretor do Creci do Rio de Janeiro.

A biomédica Naiara Brito não fez isso e acabou perdendo seu dinheiro também. Ela fechou negócio com uma vizinha, que possui casa na praia de Mongaguá (SP). Combinando o aluguel apenas por boca, a sua família depositou o dinheiro para a proprietária e seguiu para a viagem.

Chegando no local, a casa estava em péssimas condições, suja, com mato crescendo e sendo impossível para a família permanecer lá. Como saída, Naiara e suas irmãs encontraram uma hospedagem de última hora e seus pais voltaram para a capital paulista.

Ao solicitar o dinheiro de volta, a locadora informou que não devolveria o valor completamente porque o havia usado para a limpeza da casa e a família acabou saindo no prejuízo.

2. Busque indicações

Ninguém melhor para contar como é a experiência em um lugar do que alguém que já esteve lá. Então, veja o que locatários anteriores estão falando sobre a propriedade. Eles tiveram problemas?

Em caso de plataformas de aluguéis é possível consultar o perfil do anfitrião para ver se ele é confiável, considerando também outras possíveis locações anunciadas por ele.

3. Banque o detetive

Essa é a sua chance de usar suas habilidades de investigação. Por exemplo, pesquise o endereço em aplicativos de GPS, veja se o prédio realmente existe.

Experimente também uma busca reversa no Google. Basta salvar as imagens do local e fazer a pesquisa usando elas e não o endereço escrito. Com isso, você descobre se a locação está anunciada em outros sites, o que pode ser um sinal de que é um falso aluguel.

4. Desconfie dos superdescontos

Quando a esmola é grande… Desconfie quando os valores forem extremamente abaixo do mercado para o padrão da propriedade e reforce ainda mais as medidas de segurança.

5. Veja para quem vai o pagamento

Em muitos casos de golpe, os locadores podem usar “laranjas” na hora do pagamento, portando, confirme se o depósito do dinheiro está no nome do proprietário.

6. Faça transações pelo aplicativo

Se você vai alugar por aplicativo, faça os pagamentos por intermédio da plataforma. Existem golpes em que as propriedades são anunciadas e o locador some após a transferência sem nem precisar disponibilizar de fato a casa. Quando você faz a transação pelo aplicativo, há a segurança de ressarcimento em casos desse tipo.

O carteiro Hélio Toresan encontrou a casa que alugaria na Praia Grande (SP) por meio da plataforma Mercado Livre, mas fez o depósito de 50% do valor total, que funcionava como uma entrada, diretamente na conta do locador.

Depois, quando chegou o dia de buscar a chave da casa, o proprietário sumiu e o telefone que usava para contato não funcionava mais. Toresan acabou não recuperando o seu dinheiro.

7. Cuidado com pagamentos antecipados

Se possível, evite realizar pagamentos com antecedência e, se a locação precisar de entrada, se certifique de já ter garantido que não está caindo em um golpe com as dicas anteriores. Caso contrário, você pode não ter retorno do investimento.

8. Conheça o local

O ideal é que o contratante faça uma vistoria na propriedade presencialmente. A ideia é garantir que tudo o que está sendo prometido existe de fato, diz Laudimiro Cavalcanti.

Para quem vai viajar para longe de casa e não consegue ir previamente no endereço, a solução é contratar uma corretora para fazer esse procedimento. Mas, lembre-se de checar se a empresa está devidamente registrada para não cair no golpe do falso corretor.

9. Registre tudo

Principalmente quando não der para fazer a vistoria, salve o máximo de provas possível. Por exemplo, baixe no seu dispositivo todas as fotos do anúncio. Em locação por aplicativo ou outras plataformas, mantenha as conversas somente pelo chat oficial, deixando tudo registrado.

10. Reporte os problemas rapidamente

Não teve jeito e acabou entrando em uma “furada”? Pegue todas as provas que reuniu e o contrato e procure o órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) para tentar um acordo com o locador e buscar orientação.

Se a situação for mais séria, como o apartamento nem existir de fato, é possível dar entrada em uma ação na Justiça comum na esfera cível ou penal, conforme o tamanho do prejuízo, diz Cavalcanti.

Entre, também rapidamente, em contato com o seu corretor ou com a plataforma usada para verificar se podem te ajudar de alguma maneira.


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