Situação ocorre no povoado Fazenda Boa Vista, distrito de Maria Quitéria, a cerca de 10 quilômetros de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia.
Moradores do povoado Fazenda Boa Vista, distrito de Maria Quitéria, relatam o uso de água suja para beber, cozinhar e lavar roupas por causa da ausência de carro-pipa para abastecimento, já que a região não tem água encanada. O distrito pertence a Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia.
Segundo os moradores, com a ausência do carro-pipa enviado pela prefeitura de Feira de Santana, o que resta é pagar cerca de R$ 300 por um veículo particular ou caminhar por 30 minutos para usar uma água escura, misturada com barro.
Ainda segundo a população do local, o carro-pipa deveria ao povoado a cada quatro meses, no entanto, a última vez que o equipamento da prefeitura apareceu na comunidade foi em 2020.
A aposentada Hilda Santos nasceu em 1943 e disse que desde então vive sem água encanada.
“[Desde que nasci] é a mesma vida que a senhora viu, a gente apanhando [a água] ali e voltando aqui [para casa]. A gente tem que se humilhar para conseguir [água]”, explicou a aposentada.
O neto de Hilda, Macleidson Castro, se mudou de Salvador para a casa da avó para ajudá-la na coleta de água.
“Imagina uma idosa dessa fazer um trabalho desse. Tive que largar meu trabalho em Salvador para estar aqui com minha avó nesse sofrimento, nessa luta”, disse.
Já a Embasa, informou que no momento não é tecnicamente viável a extensão da rede de água encanada para esta localidade.
A empresa ainda disse que a viabilidade da extensão poderá ser reavaliada depois que as obras de ampliação geral de abastecimento forem concluídas, mas não detalhou quando as obras serão concluídas.
Enquanto a situação não é resolvida, a agricultora Maria São Pedro segue carregando cerca de 10 baldes de água todos os dias.
“No final do dia estou dolorida e cansada, mas se não for assim, não tenho água”, afirmou.
A dona de casa Elivânia Silva, que também enfrenta problemas por falta de abastecimento de água, diz que precisou ir para a casa da mãe, porque não tem água em casa.
“Tenho criança pequena e para estar carregando é difícil. Quando vamos na secretaria tentar água, é uma humilhação, porque dizem que o carro está quebrado”, relatou.