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Análise: Dado não lida bem com time “desfigurado”, erra na estratégia, e Bahia é goleado

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Treinador tricolor escala mal, erra na estratégia e não consegue corrigir os problemas do Bahia no decorrer do jogo. Tricolor virou presa fácil para o Flamengo, que goleou por 5 a 0

Antes de aprofundar o olhar sobre a atuação do Bahia na noite do último domingo, quando foi goleado por 5 a 0 pelo Flamengo, é preciso destacar dois pontos. Primeiro, a superioridade técnica do rival carioca. Segundo, a dificuldade de montar uma equipe que, tendo um elenco limitado, perdeu três titulares: Juninho, Thaciano e Daniel.

A diretoria tricolor precisa socorrer o técnico Dado Cavalcanti urgentemente.

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Dito isso, é impossível não colocar a maior parte da carga do vexame tricolor nas costas de Dado. O treinador abusou de errar.

Errou na escalação. Errou na estratégia. Errou na [falta de] tentativa de solucionar as falhas.

Com o elenco limitado e a perda de titulares, não seria anormal ser derrotado pelo Flamengo. Anormal é ser derrotado com um time pouco combativo. E não tem nada a ver com “faltou garra” ou “faltou vontade”, clichês futebolísticos muito comuns após uma atuação ruim. O Bahia foi pouco combativo porque, com o time que Dado colocou em campo, não havia capacidade para tal.

É de se admirar a coragem do treinador tricolor. No meio de semana, ele falou que não abdicaria de atacar. No entanto, jogando contra a melhor equipe do país, com seu próprio time desfalcado, apostar em uma estratégia defensiva não era questão de falta de coragem. Era a opção mais inteligente.

Em vez disso, Dado escalou uma equipe com Thonny Anderson, Rodriguinho e Matheus Galdezani. Combatividade mandou lembrança.

A partida de hoje, ao menos, provocou uma reflexão.

– Esse foi o dilema da semana. As escolhas são bem simples. Ou entro em campo com o que tem de melhor tecnicamente ou entro em campo para se defender e passar o tempo todo com a bunda na parede. Hoje fiz a primeira opção e saio daqui com bastante reflexão em cima do que aconteceu – afirmou após o jogo.

É muito difícil entender a escolha de deslocar Rossi para atuar pelo lado esquerdo, embora o treinador tenha tentado. Além de fazer com Nino a dobradinha mais perigosa do ataque tricolor, o atacante é muito mais assistente do que finalizador. Isso significa que ele se sente mais confortável jogando do lado do pé bom, o direito, onde vai até a linha de fundo para acionar um companheiro dentro da área.

A título de exemplo, Artur, atacante do Bragantino que passou pelo Bahia, é um atacante [extremo, na linguagem do tatiquês] finalizador. Ou seja, ele gosta de atuar pelo lado direito para puxar para dentro e bater para o gol com a perna esquerda, que é a boa.

A semana livre pela frente será de reflexões para Dado, que, dentre outras questões, terá que encontrar uma forma de amenizar o impacto causado pela saída de Daniel. Sem ele, a equipe perde em circulação, não consegue reter a bola e corre para trás o tempo inteiro. Contra o Flamengo, foi fatal.

Um verdadeiro Deus nos acuda

É possível que a torcida tricolor tenha desejado a chegada do intervalo desde os primeiros minutos de jogo, tamanha foi a inferioridade do Bahia diante do Flamengo.

Tudo bem que não há como comparar os dois times em termos qualitativos. E que o Bahia sofreu com o desfalque de três titulares.

Mas isso não quer dizer que não dê para competir.

A verdade é que o Bahia foi engolido pelo Flamengo e só não foi para o intervalo com uma desvantagem maior graças a Matheus Teixeira, que operou ótimas defesas.

No fim, Gabriel marcou duas vezes, a segunda delas em um passeio do Fla pelo lado esquerdo da defesa tricolor

Bahia baixa a guarda e leva o golpe fatal

Como o Flamengo teve a chance de matar o jogo, mas não o fez, era de se esperar que Dado corrigisse as falhas do Bahia, e dificilmente isso seria feito sem modificar peças e a estrutura do time.

Mas o treinador tricolor não fez nada disso. Apenas sacou Matheus Bahia para a entrada de Juninho Capixaba. Sem trocadilho, seis por meia dúzia.

Dado apostou alto e pagou caro.

O início de segundo mais forte, inclusive com uma bola na trave de Matheus Galdezani, não foi suficiente para iludir o torcedor. Ao partir para cima do adversário, o Tricolor abriu a guarda e levou três golpes fatais.

Até mesmo as falhas individuais de Ligger, sendo generoso, podem ser amenizadas pelo estado anímico de uma equipe que agonizava nas cordas.

O Bahia precisa dar uma resposta rápida para não correr o risco de começar a descer a ladeira na Série A, como aconteceu na temporada passada.

 

 

Por Rafael Santana — Salvador


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