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Revitalização do rio São Francisco é tema primordial

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A revitalização do rio São Francisco, aquele que é fonte de vida para tantas comunidades em vários estados dos brasileiros, é urgente e deve ser prioridade. O gigante rio cantado e celebrado por sua importância vem pedindo socorro. As mudanças trazidas pela ação humana para o meio ambiente, de certo têm um grande impacto nesse que é responsável pela vida de milhões de pessoas. Para enfrentar esses problemas foi criado o Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas do Governo Federal.

Para falar sobre o assunto, o Radar entrevistou Edson Rodrigues Marques Junior, engenheiro agrônomo da Segunda Superintendência Regional em Bom Jesus da Lapa, onde ocupa o cargo de gerente regional de Bacias Hidrográficas.

Radar – o que é de fato o programa de revitalização que tanto ouvimos falar?

Edson – A revitalização foi um programa lançado a partir de 2007, baseado em quatro pilares: o pilar do Saneamento Básico, que envolve água e esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana; a parte de Inclusão produtiva, que a gente faz apoio às associações e prefeituras visando a melhoria de vida da população, e a parte de processo erosivo que eu acho que é o que mais chama a atenção com recuperação de nascentes, recuperação de áreas degradadas, lembrando que seria bom definir o quarto pilar, o qual trata-se da ligação extradomiciliar:

É o conjunto de tubos, peças, conexões e dispositivos compreendidos entre o alinhamento predial e o interior da edificação ligando o ambiente sanitário do domicílio ao sistema público de esgotamento sanitário. Em domicílios de famílias de baixa renda sem banheiro interno ou externo, a Codevasf constrói módulos sanitários domiciliares compostos de banheiro de alvenaria de tijolos com reboco interno e externo, vaso sanitário, caixa de água, porta, janela basculante e pia. Os efluentes do módulo sanitário deverão ser conduzidos por meio de uma ligação intradomiciliar, até o dispositivo de inspeção localizado no passeio público..

RADAR – Poderia citar algumas dessas obras aqui no município ou na cidade vizinha, que o senhor pontuaria para um bom entendimento do leitor?

Edson – Como estava dizendo, a parte de saneamento básico, a gente tem aqui na região inteira uma série de municípios que foram atendidos com água e esgoto, no caso de Bom Jesus da Lapa, por exemplo, a primeira etapa do esgotamento sanitário foi executada pela Codevaf por esse programa. Existem várias comunidades aqui no município que foram atendidas com o programa de abastecimento de água e com relação ao processo erosivo, aí a gente não teve demanda aqui em Lapa, então a gente tá trabalhando a partir de demandas geradas pelos municípios.

Edson cita vários municípios da região onde houve demandas em geral nos últimos anos: Igaporã, Jacaraci, Riacho de Santana, Santana, Mansidão, Barreiras, Irecê, Oliveira dos Brejinhos dentre outros.

O especialista lembra que a região do Oeste da Bahia foi priorizada por se tratar da região que tem mais água, e por consequência, mais nascentes.

Radar – Sobre recuperação de nascentes e a gratidão da população quando é alcançada com um projeto desses, como a comunidade vê essa ação?

Edson – A ideia hoje é trabalhar de forma concentrada, tentando recuperar microbacias, então a gente foca em um número de nascentes, que formam riachos e por consequência vão cair num rio, que vem desaguar no Rio São Francisco. A gente tem Mansidão, o trabalho concluiu agora, ficou muito bom a recuperação de uma nascente, foi um efeito muito interessante, a população se emocionou em ver a água retornando antes do serviço acabar, a gente fez um desassoreamento na nascente.

Edson destaca que os processos burocráticos têm impacto bastante exaustivo na formação de convênios, como é o caso de um convênio entre o Governo da Bahia e o Governo Federal, onde se enfrentou muitos problemas na licitação, mas já tem avançado para a etapa de elaboração de projetos.

Edson – Essa parceria visa trazer ações na área de recuperação de nascentes e áreas degradadas de uma maneira geral em todo o oeste baiano, a gente está querendo crer que até o final deste ano, a gente tem um banco de projetos para que se possa apresentar na busca de recursos para execução, esse convênio, por exemplo, vai abranger todas as três bacias do oeste.

Radar – Sobre as comunidades atendidas e os impactos em suas vidas, como as ações de revitalização podem melhorar os seus processos cotidianos?

Edson – Eu costumo dizer que o produto do nosso trabalho é a satisfação desse povo, a gente tá a cada dia numa luta para tentar veicular a parte de recuperação ambiental com a inclusão produtiva, para que a gente possa apoiar aquela comunidade numa atividade econômica para que eles não precisem voltar a degradar o meio ambiente, e a gente sabe que a degradação às vezes é por motivo de sobrevivência, temos caso em que as nascentes eram usadas pra dar água a animais, nesse caso se isola a nascente e constrói bebedouros. É preciso envolver a comunidade, a palavra interessante é se empoderar, para que eles se sintam parte do processo. Então todo projeto nosso tem uma equipe de educação ambiental.

Sobre um projeto que tem ação da Codevasf aqui no momento, ele lembra que a obra da adutora que levara água potável para o Projeto Formoso, apesar de ter sido com recursos de emendas parlamentares foi toda construída pela companhia, também cita a obra que levou água para o município de Serra do Ramalho, e a previsão de início de obra de recuperação de nascentes em Paratinga.

Radar – Qual sua avaliação do programa nesses 13 anos?

Edson – Eu diria que nesses treze anos, foi muito aprendizado, tem muita coisa feita, em torno de cinquenta municípios com esgotamento sanitários, a questão das nascentes a gente apanhou mais, esgotamento a gente sofreu muito no começo, então eu diria que a gente tem avançado muito por conta do quanto apanhamos no início.


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