Ao longo da nossa vida, sempre somos chamados a exercer a empatia, ajudar quem precisa e descobrir em nós as potencialidades da nossa essencialidade. No atual momento de pandemia, os problemas humanos se ampliaram e têm sido repercutidos e visibilizados em suas diferentes formas de percepções. Também se ampliaram as atitudes solidárias e generosas, com a finalidade de suavizar adversidades e padecimentos, fazendo notar que a caridade emociona e favorece oportunidades de despertamento ou aprimoramento do amor.
Entre as várias passagens que tratam sobre a caridade, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, selecionamos as reflexões do Capítulo XIII – “Os infortúnios ocultos” –, apresentadas por Allan Kardec, através de uma história. A protagonista é uma senhora, uma benfeitora da caridade que, acompanhada por sua filha, vai ao encontro de uma mãe cercada de crianças, cujo pai se encontrava enfermo no hospital.
O exemplo apresenta importantes esclarecimentos sobre as sutilezas da caridade, podendo ativar nossa percepção das oportunidades diárias que a vida mostra a todos nós. No contexto, a mãe levava a filha como acompanhante, para aprender a fazer a caridade desde pequena. Na atitude da benfeitora há um deslocamento para amenizar um infortúnio oculto, uma abertura para o que está fora de si – é o sair de si e do olhar exclusivo para os interesses pessoais – para uma percepção do mundo e dos interesses do outro.
Na ação da caridade, o importante é o gesto humanitário e não a divulgação vaidosa de quem o pratica, vale lembrar de que a ostentação, de alguma forma, humilha alguém. Divulgação, aplauso e recompensa são aprovações externas, o que mais importava para aquela senhora era a aprovação de Deus e da consciência.
Encontramos um conceito ampliado de caridade, na questão 886, de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta aos Espíritos: “qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?” Esta foi a resposta: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. Portanto, caridade é muito mais que suprir uma necessidade material. Para melhor compreensão de como colocar em prática essa virtude, sugerimos a leitura do Capítulo XIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
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