Especialistas entrevistadas pelo g1 sugeriram 4 passos para quem quer começar a mudança alimentar de forma gradual.
Tem dificuldade de incluir verduras, frutas e legumes na dieta? Todo mundo sabe que não tem fórmula mágica para isso, mas, para quem está disposto, dicas sempre podem ser bem-vindas.
É por isso que especialistas entrevistadas pelo g1 sugeriram 4 passos para começar a mudança alimentar de forma gradual, sem radicalismos, respeitando seus limites. Confira a seguir:
1. Combine alimentos preferidos com os que você não gosta
Ter prazer em comer é fundamental e, por isso, a dica de ouro da nutricionista Rachel Francischi é começar associando alimentos preferidos com os que você rejeita.
“E quando eu digo associar, eu quero dizer que, nessa etapa nutricional, vale tudo. Molho que vai maionese ou creme de leite na salada, salpicar croutons, batata palha em cima …Ou um paciente que gosta de pão, coloca uma geleia com morango junto”, sugere Rachel.
“É verdade que essas coisas não são saudáveis, mas, nessa etapa, o paciente já vem consumindo muito mais sal e açúcar. E se a gente consegue inserir junto alimentos mais saudáveis, com mais vitaminas, ele vai se acostumando aos poucos“, acrescenta.
Essa combinação de alimentos pode modificar o sabor da verdura ou da fruta que a pessoa não gosta, ajudando a diminuir a rejeição por elas.
“O problema é que as pessoas querem fazer tudo perfeito. Comer só a salada com azeite…Mas começar assim pode gerar frustração e a pessoa pode desistir. Ninguém come o que não gosta”, ressalta.
2. Varie receitas e preparos
Na linha da dica anterior, Rachel diz que é importante apostar em receitas novas e saborosas.
Não é muito fã de espinafre, por exemplo? Por que então não apostar em uma quichê preparada com a verdura? “É bom pesquisar por receitas gostosas, como bolinhos, tortas, suflês, sanduíches, muffings”, diz Rachel.
Outro ponto é mudar o preparo. Se você não gosta de cenoura crua ralada na salada, pode tentar fazer o legume no vapor com temperos que agradem ao seu paladar, além de incluí-lo em sopas. Com frutas, sempre tem a opção dos sucos.
3. Não se obrigue a comer todas as cores de uma vez
Contrariando a máxima do prato colorido, a médica nutróloga do Hospital Albert Sabin, Telma Sigolo Roberto, diz que não há necessidade de “comer todas as cores” todos os dias e de uma só vez.
“Prato colorido é, de fato, saudável, mas por que você vai colocar tudo de uma vez só se o nosso organismo tem capacidade de armazenar vitaminas e minerais?”, diz Telma.
Além disso, a nutróloga alerta que querer colorir tudo de uma vez pode gerar ansiedade, aversão e enjoo.
A dica dela, portanto, é variar na hora da feira ou do supermercado. “Em uma semana, eu posso comprar, por exemplo, cenoura, beterraba e kiwi, e, na outra, eu pego brócolis, tomate e laranja”, exemplifica a nutróloga.
Além de facilitar a logística do dia a dia, a prática acaba contribuindo para que a pessoa comece a incluir alimentos diversos na sua dieta, de forma periódica, dando mais tempo para descobrir novos gostos e sabores.
4. Conscientize-se dos benefícios a longo prazo
No consultório de Telma, a conversa começa sempre com a conscientização dos benefícios de uma alimentação mais equilibrada no longo prazo. Isso pode ajudar quando se pensa em desistir.
“É importante mostrar para as pessoas como o consumo de vitaminas e minerais previnem uma série de doenças, como organismo delas vai funcionar melhor com o consumo de fibras, frutas, verduras”, diz a nutróloga.
A nutricionista Rachel Francischi afirma, por sua vez, que o próprio paciente vai percebendo as mudanças em seu organismo, gradualmente, o que pode dar força para continuar.
“Sempre sugiro começar por pequenas porções de frutas e verduras na dieta. Aí a pessoa volta e fala: ‘olha, meu intestino está melhorando’. E, então, eu vou aumentando as quantidades e cada vez mais o paciente começa a perceber as mudanças”, ressalta.
Por Paula Salati, g1