Em entrevista coletiva no CT Moacyr Barbosa, volante projeta jogo decisivo pelo Carioca e diz que time aprendeu lições com os clássicos da temporada: “Algum deslize pode ser fatal”
Zé Gabriel foi um dos poucos titulares que foi a campo no último domingo, na vitória sobre o Resende, pela rodada final da Taça Guanabara. Com seis jogos pelo Vasco, o atleta apresentado há um mês conquistou espaço com Zé Ricardo e tem agradado ao torcedor vascaíno.
Na próxima quarta-feira, ele e os companheiros começam a busca pelo primeiro título da temporada no jogo de ida da semifinal do Campeonato Carioca, contra o Flamengo. O volante não vê tanto favoritismo do rival e diz que o time vascaíno aprendeu lições nos clássicos desta temporada.
– Esse favoritismo deles é justo pelas últimas temporadas, os títulos. Mas futebol é jogado. A gente tem que fazer nossa parte, sabemos que será um jogo duro, temos nossa estratégia, são dois jogos, 180 minutos. Tem que entrar bem mentalizado, tudo que vier a acontecer na quarta não está nada decidido porque ainda tem domingo – disse o volante em coletiva no CT Moacyr Barbosa, e completou:
– Jogo desse decide no detalhe. Contra equipes que têm jogadores qualificados, minimamente o que a gente errar, ter algum deslize, pode ser fatal. É um campeonato à parte, são jogos decisivos. Temos que estar bem focados nisso, trabalhar hoje e amanhã.
A decisão por vaga na final do Carioca começa às 20h da próxima quarta-feira, no Maracanã, com mando do Vasco – ingressos já estão à venda. O jogo de volta também será no Maraca, às 16h do próximo domingo, com mando do Flamengo. Clássico que ninguém quer perder, como tratou de destacar Zé Gabriel.
– Acho que é o tipo de jogo todo mundo quer jogar, jogo grande. Vamos ter bastante apoio dos nossos torcedores, não tenho dúvida nenhuma. Jogar um clássico como esse, no Maracanã, casa lotada, é o que todo jogador sonha – declarou o jogador vascaíno.
Outras declarações de Zé Gabriel:
Semana turbulenta ficou para trás?
– Ficou para trás, mas fica a lição. Da forma que foi. A Copa do Brasil nós sabíamos que poderíamos chegar um pouco mais longe, infelizmente acabamos ficando pelo caminho. Temos que focar no que tem pela frente, são dois jogos de semifinal agora, outro campeonato. Temos que estar focados e dar continuidade ao trabalho.
Atuar com dois volantes de contenção
– Desde que vim para o Vasco, vim como volante. Sei que posso render muito mais do que em minhas atuações como zagueiro. Yuri retornou, vai nos ajudar bastante. Tem garra, tem bagagem. Jogo é jogo, a gente vai enfrentar outras equipes, daqui a pouco temos que mudar um pouco a forma de jogar. Isso é com o Zé, temos que cumprir bem o que ele pedir.
Bola aérea
– Não tem nada certo ainda (de ser titular). Mas é um ponto positivo para nós, não só para mim. Bola aérea pode decidir jogos, campeonatos, títulos. Quanto mais sólidos estivermos, mais chances de vencermos.
Como jogar sem a bola?
– Flamengo gosta de propor o jogo, tem bastante jogadores qualificados. Primeiro jogo contra eles, tivemos chances, ficamos um pouco mais com a bola. Mas a gente vai trabalhar hoje e amanhã, tentar neutralizar o que eles têm de valência de melhor. Para que isso seja um ponto positivo para nós, nosso jogo encaixe e dê tudo certo.
Tatuagem dos pais
– Meus pais são as pessoas mais importantes na minha vida, sempre foram muito presentes, desde que saí com 12 anos de casa. Hoje um pouco mais cascudo, com 23, e mesmo assim eles continuam presentes comigo. É essência. Eu nunca perdi minha essência, sei quem eu sou, o que eu represento, meu caráter. Foi uma forma de homenageá-los.
Vem aí a tatuagem do acesso?
– Já pensei nisso, se Deus quiser final do ano vai dar tudo certo.
– As eliminações, nós atletas não gostamos. Nunca estamos satisfeitos, queremos honrar a camisa da melhor maneira possível. Como eu falei, fica a lição, tem que dar continuidade no trabalho, sabemos que o maior objetivo do Vasco hoje é voltar à elite. Isso é um caminho longo, temos que trabalhar e buscar esse objetivo no final da temporada.
Provocações do Gabigol
– Essa parte extra-campo é uma coisa à parte, eu procuro estar focado dentro de campo, cumprir o que o Zé pede. Isso é do futebol, atleta quer vencer o jogo, sair vencedor. É com essa mentalidade que vamos jogar, foco no campo.
Falta de confiança no Inter
– Tive momento instável, todo jogador tem na carreira, tive esse momento com 21 anos. Com certeza servirá de lição, amadurecimento, minha cabeça está no Vasco hoje. O que ficou no Inter ficou para trás, estou focado aqui para que eu tenha a melhor evolução possível.
Por Tébaro Schmidt-GE