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EVANGELHO DO DOMINGO (27/02): “Pode um cego guiar outro cego?”

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ATUALIZANDO: A cegueira que nós mesmos escolhemos.
 
Lucas 6,39-45
 
ENTENDENDO
 
Através de perguntas e pequenas frases Jesus orienta os seus discípulos a viverem de forma coerente e a se afastarem da hipocrisia. Disse ele: “Pode um cego guiar outro cego? “Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho?”; “toda árvore é reconhecida pelos seus frutos”; “a boca fala do que o coração está cheio”. Em sua primeira pergunta, quanto ao cego que não pode guiar outro cego, Jesus mostra que aquele que O segue não deve ser uma má referência dando maus exemplos, porque o resultado é o fracasso. Para conduzir outros é preciso dar bons exemplos. Lembro-me aqui de um provérbio muito conhecido por nós brasileiros: “uma ovelha ruim, põe um rebanho a perder”. Depois da afirmação sobre o cego, Jesus fala de alguém que vê o cisco no olho do outro e não vê a própria trava no seu. Mais uma vez ele cobra coerência na nossa maneira de viver. Jesus via os maus exemplos dados por dois grupos de referência da época, os escribas e os fariseus, que exigiam dos outros de forma rigorosa o cumprimento da Lei, quando eles mesmos não eram capazes de cumpri-la. E, enfim, todas as afirmações do Evangelho nos levam a ser coerentes e críticos de nós mesmos e evitarmos o “faça o que eu mando e não faça o que eu faço”.
A CEGUEIRA QUE NÓS MESMOS ESCOLHEMOS
 
“O pior cego é aquele que não quer enxergar”. Este provérbio guarda semelhança com outro: “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Ambos significam a negação do querer ver. É a conveniência sempre impondo a decisão de ficar cego diante de determinadas situações que queremos lavar as mãos. Muitas vezes preferimos não perceber crises, dificuldades, injustiças para não sermos obrigados a assumir responsabilidades na busca de soluções para tais problemas. Nos recusamos de enxergar a verdade. Nos omitimos e nos alienamos. Só enxergamos o que queremos e o que nos interessa. Agindo assim nos tornamos coniventes com os males que ofendem o outro. Temos a mania de querer ver o mundo como desejamos e por isso evitamos enxerga-lo como ele é na realidade. Na nossa cegueira optamos por construir e idealizar um mundo bem ao nosso gosto. Pensemos nisso!
 
PADRE ROSIVALDO MOTTA

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