ATUALIZANDO: O perigo de achar que já estamos prontos.
ENTENDENDO
Jesus conta uma parábola, tomando por exemplo dois filhos. O pai convida o primeiro para o trabalho, e ele promete obedecer e comparecer à roça do pai para ajudar na colheita. O segundo é decidido e diz que não vai. As reações indicam que eles não trabalhavam habitualmente na lavoura. O chamado à vinha é algo excepcional. O primeiro, que mostrou inicialmente boa vontade e disse sim, não cumpriu a promessa. O segundo, que parecia tão decidido a não ir, arrependeu-se e foi trabalhar na roça do pai. Jesus certamente se baseou no contraste da época entre fariseus e publicanos (pecadores públicos). Os fariseus considerados grandes religiosos eram incoerentes em sua prática; e os publicanos, discriminados e rejeitados pela sociedade se abrem à conversão e ao acolhimento à pessoa de Jesus. Jesus conclui a parábola fazendo uma afirmação bombástica para a época: “Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precederão no Reino de Deus”. Ou seja, aqueles que a sociedade tinha como ladrões, prostitutas e pecadores de má reputação estavam mais próximos de Deus que os considerados religiosos, mas autossuficientes em sua fé.
O PERIGO DE ACHAR QUE JÁ ESTAMOS PRONTOS
Devemos fazer a distinção entre “dizer” e “fazer”. Aquilo que dizemos ou imaginamos sobre nossa relação com Deus pode levar-nos a sério engano, pensando que certas práticas já nos garantem a salvação. O segundo, dos dois filhos do evangelho de hoje deve animar as pessoas que tiveram um passado errado e afastado de Deus e da Igreja. Sempre é possível mudar de atitude e alterar o rumo de nossa vida. O primeiro dos dois filhos nos alerta para o risco de avaliar que já estamos prontos, incapazes de perceber as nossas próprias incoerências, mergulhados na cegueira das rotinas, e até mesmo de antigas devoções que não transformam vidas. A lição mais importante da parábola: ambos são filhos! O Pai ama igualmente os dois filhos (esse pai é Deus) e espera de ambos uma resposta de amor, não importa quando, porque o Amor permanece para sempre.
Padre Rosivaldo
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