Motor que estava em mata fechada foi resgatado no início da tarde desta segunda-feira (8). Equipes iniciam o resgate do outro motor, que está na cachoeira onde a aeronave caiu.
Equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e de uma empresa de guincho particular resgataram, no início da tarde desta segunda-feira (8), um dos motores do avião que caiu na zona rural de Caratinga, vitimando a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas. Foram iniciados os trabalhos para o resgate do outro motor.
Amadeu Alexandre, dono da empresa de guincho contratada pela PEC Táxi Aéreo, proprietária do avião, explica que os dois motores caíram em locais complexos para a remoção.
O motor resgatado estava em uma área de mata fechada. Ele teria se soltado da aeronave logo após a colisão com os fios da torre de transmissão de energia da Cemig. Desde o início da manhã desta segunda-feira, as equipes trabalham em terra na retirada da peça, informou Amadeu.
Inicialmente, a equipe da 5ª Bases Regionais de Aviação do Estado (BRAVE), da Polícia Militar, daria apoio de helicóptero para içar o motor e deixá-lo em local mais fácil para a remoção, mas foi constatado que a mata densa não permitiria o trabalho por via aérea.
Já o segundo motor está submerso, informou Amadeu. “Quando o avião caiu na cachoeira, um dos motores rolou pela cachoeira abaixo. Mas choveu no local e o nível da cachoeira encheu, dificultando os trabalhos”, explica o dono da empresa de guincho.
Inicialmente, a chegada de todas as peças do avião ao Rio de Janeiro era para a madrugada de terça-feira (9). A fuselagem do avião, que estava na cachoeira e foi retirada neste domingo (7), está sendo encaminhada para o pátio da empresa de guincho, em Caratinga, de onde será encaminhada para o Rio de Janeiro para dar continuidade aos trabalhos da perícia.
Porém, com as dificuldades enfrentadas pelas equipes na remoção dos motores, o transporte das peças pode sofrer alterações.
Segundo a nota da Força Aérea Brasileira (FAB), os destroços serão encaminhados para a sede do SERIPA III, no Rio de Janeiro no decorrer desta semana. As investigações continuam na capital fluminense.
Cinco profissionais da empresa e a equipe da Cenipa atuam no local. Não há previsão do horário de remoção da peça devido à complexidade do trabalho.
Etapas da remoção
Em uma primeira etapa da operação de retirada, um guindaste ajudou a içar o avião de um ponto ao lado da cachoeira, onde tinha caído, para uma área mais alta do terreno. Em uma segunda etapa, as asas foram cortadas e algumas partes começaram a ser retiradas.
Na noite de sábado (6), a aeronave já havia sido tirada da correnteza da cachoeira, onde caíra na sexta-feira (5), e deixada ao lado. A queda aconteceu a cerca de 2 km do aeroporto de destino, após o avião bater em um cabo de distribuição de energia.
Confira as etapas de remoção do avião:
- No sábado, foi retirado da correnteza;
- No domingo, foi puxado para a parte mais alta do terreno por um guindaste;
- Para facilitar o transporte, as asas foram cortadas;
- A partir desta segunda, profissionais do Auto Socorro particular, contrato pela empresa dona do avião, estão trabalhando para resgatar os dois motores;
- Em seguida, o avião deverá ser levado de caminhão ao Rio de Janeiro.
A empresa dona da aeronave, PEC Táxi Aéreo, foi autorizada a recolher os destroços após o trabalho de perícia da Polícia Civil e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) feito no local do acidente, pois todas as evidências iniciais que poderiam ser usadas na investigação já foram retiradas da aeronave.
O Cenipa informou que uma segunda etapa da perícia será realizada após as peças do avião serem recolhidas e encaminhadas para o Rio de Janeiro.
Por Zana Ferreira, g1 Vales de Minas Gerais