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Bolsonaro veta nome de João Goulart em rodovia e alega prática dissonante com estado democrático

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Jango foi deposto pelo golpe militar de 1964. Em 2013, Bolsonaro foi contra anulação da sessão do Congresso que declarou vacância da presidência, o que abriu espaço para deposição de Goulart.

João Goulart, o Jango, que foi deposto pela ditadura militar. – Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo

 

O presidente Jair Bolsonaro vetou um projeto de lei que dava à quase totalidade da rodovia BR-153 o nome de João Goulart, presidente deposto pelo golpe militar de 1964. O veto foi publicado no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (14).

Bolsonaro argumentou que homenagens a personalidades da história brasileira não podem ser inspiradas “por práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático.”

O projeto dava o nome de Jango ao trecho da BR-153 que vai de Marabá, no Pará, a Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, o que perfaz cerca de 3,3 mil dos 3,5 mil quilômetros da rodovia.

Em nota, o neto do ex-presidente, Cristopher Goulart, lamentou a decisão de Bolsonaro e disse que o veto representa “a contradição tosca e patética dos tempos em que vivemos”.

“É de se lamentar que Bolsonaro tenha vetado o nome de João Goulart em rodovia, alegando que Jango representaria ‘prática dissonante com o Estado Democrático’. Um exemplo da contradição tosca e patética dos tempos em que vivemos, onde um apoiador de torturadores e de regime militar veta um presidente marcado na história justamente por defender a democracia plena e as reformas de base”, escreveu Cristopher Goulart.

Ainda segundo ele, o veto não surpreende, já que “Bolsonaro realmente representa a antítese do projeto de país de Jango”.

“João Goulart representa a liberdade e justiça social.Bolsonaro representa a mediocridade do Estado opressor, movido pela força das armas. Jango segue sendo luz.Bolsonaro segue sendo treva e escuridão”, completou o neto do ex-presidente.

Bolsonaro votou contra anulação de sessão que depôs Jango

Jango foi deposto em 2 de abril de 1964. Naquele dia, o Congresso Nacional fez uma sessão que declarou vaga a presidência da República.

Na época, o então presidente do Congresso, senador Auro de Moura Andrade, argumentou que João Goulart tinha deixado o governo. Jango, contudo, estava no Rio Grande do Sul em busca de apoio de aliados, uma vez que estava na iminência de ser detido por forças golpistas, segundo relata o projeto.

Em 2013, o Congresso aprovou uma resolução que anulou essa sessão. Bolsonaro foi contra.

“Não podemos apagar a história. Não estamos num regime comunista. Não é Stalin que está presidindo. Passamos 20 anos não de ditadura, mas um regime de autoridade, onde o Brasil cresceu, tinha pleno emprego. Nenhum presidente militar enriqueceu”, disse à ocasião.

O presidente é um entusiasta da ditadura militar, que durou até 1985 – em 2019, por exemplo, ele determinou a comemoração dos 55 anos do golpe.

Durante a ditadura, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados, segundo a Comissão da Verdade. Em 2014, a comissão entregou à então presidente Dilma Rousseff um documento no qual responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.

Por G1


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