ATUALIZANDO: Será que não estamos implicando demais com os outros por bobagens?
ENTENDENDO
A sociedade judaica da época de Jesus seguia à risca a Lei de Moisés. O problema não estava na lei em si, mas o rigor com que eles a interpretavam. A liberdade da pessoa era controlada por normas, tornando a vida chata e dura de ser vivida. No evangelho de hoje Jesus autoriza os discípulos a entrarem numa plantação e se alimentar com espigas de trigo. Só que era dia de sábado! Um judeu podia se alimentar à vontade na plantação de outra pessoa, contanto que não levasse nada para comer em outro lugar, e que não fosse no sábado. Jesus não aceita esse exagero. Além de autorizar os discípulos a se alimentarem, curava em dia de sábado e mostrava que o bem deve ser feito em qualquer dia. Eles não aceitam e O acusam de transgressor da lei. Jesus não anarquizou a lei, muito pelo contrário. Ele disse: “Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento”.
SERÁ QUE NÃO ESTAMOS IMPLICANDO DEMAIS COM OS OUTROS POR BOBAGENS?
Uma sociedade sem lei vira anarquia. Ela é necessária para organizar e levar todos ao cumprimento de direitos e deveres. A partir do momento que se torna um peso para as pessoas, deve ser repensada e modificada. Uma situação que Jesus batia de frente com as autoridades era o fato de exigirem dos outros, normas que eles mesmos não cumpriam. Devemos nos questionar quanto ao que exigimos dos outros e o que somos capazes de cumprir, ainda que nas pequenas coisas. Corremos o perigo de não respeitar horário, mas exigir que os outros o cumpram; querer fidelidade sem ser fiel; querer ser perdoado e ser carrasco e rancoroso quando a situação exige de nós o perdão. É preciso avaliar e questionar a nós mesmos, sobretudo se não estamos implicando com os outros por bobagens. É bom parar e se perguntar se tal situação requer tanto rigor ou se não estamos sendo rigorosos demais. É preciso buscar na coerência de vida e nas orientações do Espírito, em oração, o discernimento necessário para não sermos injustos com os outros.
Padre Rosivaldo
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