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Padre André, um Servo de Deus, no Sertão!

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O Padre das Lutas Populares!

O Padre do diálogo permanente pela unidade vivência com e para todos!

O Padre que despertou, valorizou vocações e lideranças!

O Município de Correntina do antes e depois da vinda e passagem do Padre André!

Padre André escolheu Correntina como sua morada e se tornou o Padre e Servo de Deus, fiel a sua fé e convicção que ele deveria fazer a diferença dentro da igreja Particular de Jesus Cristo,”Tu és Pedro sobre está Pedra edificarei minha Igreja’ Mt 16,18.

Mon Senhor André como era conhecido em nossa Diocese, se tornou um padre e Servo de Deus, ele sacerdote que colocava em prática a mensagem do Bom Jesus, lutava constantemente pela unidade dos povos, raças, e crenças seu desejo era que fossemos um só povo e rebanho. Padre André lutou pelos pobres, as organizações sindicais, das comunidades de Bases, e se revelou na administração da Paroquia e suas obras sociais, e um destaque especial ao apoio a fundação das Rádio Carícia Correntina, e Radio Bom Jesus Am hoje as duas emissoras católicas Fm

André Frans Bérénos, nasceu em 07 de abril de 1919 em Paramaribo, Suriname (Antiga Guiana Holandesa), precedente de família fervorosamente cristã católica. Seus pais Sebastião Oostburg, Professor, sua mãe Gertudes Catarina Bérénos, do lar; pais de 5 filhos, sendo André Bérénos o casula, numa diferença considerável de idade entre seus quatro irmãos. Passou a frequentar a escola aos 5 anos de idade onde recebeu ensinamentos religiosos, ingressou na catequese, e aos 07 anos realizou o seu grande desejo de receber Jesus no seu coração pela 1ª vez.

Aos 12 anos de idade por ocasião de uma pequena cirurgia na sua terra natal, estava no hospital em fase de recuperação, como um grande estudioso teve a curiosidade de ler a história de São Francisco de Assis, ficando fascinado com seus atos, naquele momento sentia que algo tocava profundamente o seu coração, confirmando o chamado de Deus a imitar esse grande Santo, e assim este adolescente foi estabelecendo sua vida, buscou a Igreja onde foi integrando as atividades juntamente com outros jovens; como grande observador ficava atento a observar a vida e a santidade dos padres religiosos, redentoristas e franciscanos que ia marcando também sua vida e aumentando o fervor e a certeza de que queria tornar-se um padre.

A sua adolescência e juventude ocorreu dentro da normalidade, cresceu num ciclo de amigos, adotando a prática do futebol, tênis e outras formas de lazer. Aos 18 anos teve que deixar Paramaribo, sua terra natal e foi trabalhar e estudar no Caribe, ingressando numa grande empresa refinaria de Petróleo Sheel que pelo bom desempenho foi promovido, chegando a assumir a administração daquele setor; nunca perdeu os laços com sua Família, ajudava mensalmente sua mãe a cobrir as despesas de casa. Conservava consigo o desejo de ser padre, o exercício do autodomínio de si foi caracterizando a sua vida, superando as limitações e desenvolvendo as virtudes, porém a guerra mundial entre os anos de 1945 a 1946, impediu o jovem André Bérénos ingressar no seminário menor da Holanda devido a idade, este seu desejo chegou ao conhecimento dos padres e do bispo Dom Estevão Kuipers que o procurou para ouvir de sua própria boca se ainda conservava a vocação sacerdotal, se queria realmente ser padre, sua resposta foi afirmativa e

reconhecendo sua sabedoria e santidade, exigência própria da época, começaram a abrir caminhos que o levariam ao sacerdócio.

Em Agosto de 1949 aos 30 anos de idade chegou ao Brasil para ingressar no seminário por intermédio de Dom João Batista Muniz de Barra, chegando ao Rio e Janeiro, aperfeiçoou o latim e o português, neste mesmo ano iniciou os estudos de filosofia no seminário maior em Diamantina no Estado de Minas Gerais, posteriormente teologia; no período de férias do seminário vinha para Barra fazer experiência Pastoral, onde iniciou o trabalho comunitário assistencial e sacerdotal, conseguindo mudar um bairro que enfrentava constante preconceito e discriminação em um lugar de fiéis católicos; formou uma diretoria e construiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário no referido bairro.

Tornou-se sacerdote no dia 08 de dezembro de 1955, com 36 anos de idade na diocese de Barra do Rio Grande e seis meses depois é designado por Dom Muniz, Bispo de Barra para a Paróquia de Correntina, com a incumbência de também ser o vigário de Santa Maria, aos 21 dias do mês de Junho de 1956 chegou a Correntina onde não foi recebido com pompa e festa, a população estava contrariada com a atitude do bispo que tirou os 3 freis Carmelitas, Frei Henrique, Ambrósio, Cristóvão, que eram encarregados por Correntina e Santa Maria, além do mais, Pe. André sendo negro causou estranheza e frieza por parte o povo.

Aos poucos o padre recém-chegado foi conquistando a simpatia do povo, que necessitava de empreender trabalho, pois o povo vivia em situação de cruel pobreza, ele entendia que a sua missão sacerdotal não resumia nas celebrações de missas nem ficar isolado em Correntina, pois sendo a região carente de Padre, parte em missão para as Paróquias de Santa Maria da Vitória, Coribe, Cocos e Feira da Mata e Jaborandi que pertencia a Correntina.

Dedicou incansavelmente a assistência religiosa, por meio de Celebrações de Missas, Confissões, Batismo e Casamento, seu principal meio de transporte era a cavalo e uma mula, foi nesta jornada que tomou conhecimento da realidade que vivia o povo em meio a muita pobreza, abandono, atraso e isolamento foi encontrando maneiras de enfrentar estes desafios através de uma educação sistemática, assistência a saúde, assistência social, moradia, capacitação profissional e formação de lideranças para atuar com maior clareza a sua missão.

Pela Ocasião do desmembramento da diocese de Barra no ano de 1962, Padre André foi o braço forte do novo Bispo vindo de Mariana-MG, Dom José Nicomedes Grossi, tornando-se um referencial em toda a diocese de Bom Jesus da lapa para os padres, religiosas/os, leigos, agentes de Pastoral e lideranças comunitárias, no incentivo e credibilidade no trabalho assumido por eles; acompanhou de perto a criação da Pastoral da Saúde, Pastoral da Terra na diocese, orientando os lavradores na reivindicação dos direitos; devido sua jovialidade, sempre esteve perto da Pastoral da Juventude do Meio Popular, tornando-se o conselheiro e defensor da causa da Juventude nas mais diversas dimensões; Foi Vigário geral por muitos anos, ajudando na administração da diocese desde

o período de Dom Grossi, 1963 até Dom Francisco Batistela que chegou na diocese em julho dos anos 1990. Entregou este oficio à diocese em abril de 2005 e me julho deste mesmo ano entregou a Paróquia ao Padre Roberto. Durante sua carreira sacerdotal, Pe. André consegue revalidar o seu curso de Filosofia, e curso de bacharelado em direito e Parapsicologia, integrando ao instituto de Parapsicólogos do Brasil. Comunicador nato dos idiomas Holandês, Inglês, Francês, Espanhol, Taki taki, Papiamento, Latim, Flamengo e Alemão, mas tornou um dos maiores brasileiros, baiano e um Correntinense que esta terra já possuiu.

Na concretização dos objetivos contou com a congregações da Imaculada Conceição, Filhas N.Sra. de Fátima, Franciscanas da Santíssima Trindade e um grande número de leigos, alguns por meio do projeto igrejas irmãs, vindos do Estado de Santa Catarina e os demais filhos da própria Paróquia e Paróquias vizinhas, característica própria de Padre André que nunca gostou de trabalhar sozinho, contou agentes de pastoral leigos e leigas, que deram grande impulso para o crescimento da Pastoral tanto na cidade como no interior, um novo rosto à Igreja de Correntina, despertando lideranças, criando laços e motivações para trabalhar em prol do Reino.

Contou também com valiosíssima contribuição dos Padres Redentoristas de Bom Jesus da Lapa, São Domingos (Go), Aparecida do Norte São Paulo, além do braço forte de Padre Augusto e Pe. Zé Domingos (in memória) que muito o socorreu Pe. André ao longo de todo este período, foi muito dinâmico, sonhador e não dava o braço a torcer quando queria realizar algo, buscava força no infinito e nunca desanimava, pois via as coisas à longa distância, aquilo que muitas vezes não conseguimos enxergar, mesmo com sua saúde frágil, nunca gostou de sentir inútil, somente no início dos anos 90, recebe ajuda direta de um Padre fixo na Paróquia, começando com Padre Queiroz, seguido dos novos Padres Diocesanos recém ordenados: Benedito ainda como seminarista, posteriormente diácono, Padres Manoel, Vicente e Roberto. Muitas Pastorais, grupos, movimentos foram sendo criados, dinamizados graças ao seu pastoreio e sua equipe que chegava para unir força.

Pe. André atuou nesta região, com um Pai espiritual, tendo coração de Mãe, o carinho, acolhimento, na escuta e resolução dos problemas, sua especialização em Parapsicologia muito ajudou na solução de casos de pacientes com doenças e distúrbios mentais. Suas missas tanto nas comunidades quanto na Cidade eram Celebradas com muita abertura e alegria que preenchia os corações daqueles que buscavam a Igreja com sede de Deus.

Na década de 80 recebeu a medalha de honra ao mérito das mãos do cônsul Holandês oferecido pela Rainha Holandesa em reconhecimento do trabalho de um holandês em outro Pais; no dia 07 de abril de 1990 o Papa João Paulo II concedeu o título de Monsenhor, recebendo o mais caro reconhecimento da maior autoridade da Igreja católica. Na ocasião dos 40 de sacerdócio em 1995 a Câmara de Vereadores de Correntina o agraciou com o seu nome a Praça da antiga Matriz através da lei número 448/95 de 23 de outubro de 1995; No Jubileu de 50 anos de sacerdócio em

25 de novembro 2005, a Camara de Vereadores de Jaborandi confere a Padre André o Título de Cidadão Jaborandiense conforme a resolução número 09/2005.

Pela ocasião da mesma festa Jubilar no dia 02 de dezembro num ato solene Padre André recebeu do poder público o nome da nova ponte do Rio de Correntina. Muitas homenagens no decorrer do ano de 2005 , Padre André recebeu nas várias comunidades da Paróquia de Correntina e nas Paróquias de Santa Maria da Vitoria, Canapolis, São Felix, Bom Jesus da Lapa e Jaborandi;

A sua presença nestes 50 anos dois meses e dez dias foram marcados de muitos ensinamentos e testemunhos e de muitas obras deixadas para o povo, na área da educação deixou Centro Educacional de Correntina, a escola Família Agrícola e Centro de treinamento de líderes; na defesa dos trabalhadores rurais deixou o Sindicato, a saúde e assistência social, deixou a casa de saúde e Maternidade Padre André, Abrigos dos idosos e casas Populares, na área da comunicação deixou a Rádio Caricia FM, eternizando assim a sua voz. Entre tantas Igrejas, Salões comunitários deixou também patrimônios para auto sustentação das Igrejas sem enumerar as obras deixadas fora do município de Correntina. Padre André deixou um grande legado para o povo, esta data 01 de setembro que institui o feriado municipal, dia do falecimento de Monsenhor André Frans Bérénos conforme a lei municipal número 740/2006 de 10 de outubro de 2006, será sempre marcada como dia de memória, celebração, resgate e continuidade do projeto de Deus implantado por ele para o povo de Correntina.

Após a sua morte Correntina inaugura uma nova fase sem a presença física de Padre André e seus sinais vão manifestando, em reconhecimento de sua vida sempre dedicada ao bairro São Jose onde morou desde a sua chegada, através da lei 774/2007 de 12 de junho de 2007 muda o nome da rua da extrema do referido bairro que passa denominar-se Avenida Monsenhor André;

Para manter vivos os seus sonhos ideais e obras em 19 de maio de 2008, foi criada a fundação cultural e educacional Padre André Bérénos e que no dia 25 de agosto de 2010 esta casa Legislativa votou o projeto de reconhecimento de utilidade pública municipal e no dia 27 de agosto foi sancionada pelo executivo municipal a lei de número 827/2010, como umas das conquistas seguidas de outras que estão por vir. Pela sua história de vida e dedicação, o povo foi lhe concedendo vários títulos: o sacerdote do povo, Mestre e construtor da paz, baluarte da educação, Patrimônio Cultural e religioso de Correntina, o Profeta do sertão, o Pai dos pobres e no dia 01 de setembro de 2006, data de sua partida o povo o consagrou como eterno pároco de Correntina.

Foto e fonte RADAR NEWS BJL


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