Sabe aquela expressão: “fui ofendida, mas ainda estou no lucro!?” Nesse caso seria: perdi, mas ainda estou no lucro! Como assim?! Chega que mais que eu te conto! Existe uma situação chamada “ganho secundário”, que é usada para descrever um estado emocional disfuncional onde o que se ganha com a perda acaba valendo de algo.
Ainda não entendeu?! Vou dar um exemplo: em alguns casos de luto as pessoas acabam perpetrando seu luto por medo de perder a atenção que é dada aqueles que sofrem. Aí você pode argumentar: mas pensar assim é falta de empatia com quem sofre! Ou pode ser: “não podemos mensurar a dor do outro.” E as duas afirmações estão certas!
Por isso que não cabe as pessoas ao redor fazer esta análise, se não um profissional de saúde mental! O ganho secundário pode estar presente nas situações mais inesperadas, como por exemplo doenças, luto, desemprego e por aí vai. O importante mesmo é que cada um se questione o seguinte: ainda estou sofrendo por essa perda por que acho que devo isso à quem perdi ou à quem ainda está presente?! Pode ser difícil lidar com esse questionamento sem ajuda.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas que tem um longo luto tem por causa um ganho secundário, visto que cada um processa a dor e a perda de maneira diferente. Também vale citar que nem toda perda terá esse tipo de consequência, visto que essa é apenas uma das muitas maneiras disfuncionais de lidar com a perda.
Concluindo, curar-se da dor é necessário em algum momento, cada um à seu tempo, em seus termos e tormentos, pois cada qual sabe a dor que sente dentro. Seja grande ou pequena perda, liberte-se e receba mais do que migalhas de algo que já não há mais.
Thalita Maia CRP 03/17592
Psicóloga Clínica e Palestrante
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